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Dicas de canais no Youtube para a quarentena.

Com a informação divulgada hoje pelo Ministério da Saúde de que o SUS colapsará em abril e a curva de infecção só começará a virar para baixo em setembro, nosso tempo livre e em casa aumentará consideravelmente e por isso gostaria de compartilhar com vocês alguns canais que acompanho seja para informação, seja para entretenimento.
Bora lá.

Informação sobre a pandemia

1. Átila Lamarino

O Átila é um dos divulgadores científicos mais respeitados do Brasil e além do canal no youtube também fala por meio do podcast Nerdologia. Sua carreira acadêmica foi basicamente feita toda na USP (graduação até o PhD) e tem um pós-doutorado em Yale.

2. Canal do Pirula

Segue a mesma linha do Átila, divulgador científico super sério e super respeitado embora não se atenha a questões científicas.

3. Eduardo Moreira

O Eduardo Moreira é um ex-banqueiro que teve uma epifania sobre desigualdade quando passou por um problema de saúde e hoje se dedica a promover educação financeira e conscientização sobre desigualdade social. Desde que a crise se agravou o Eduardo começou a realizar uma serie de lives diárias, por volta das 10:30, e algumas entrevistas com especialistas em saúde pública que estão sendo bem esclarecedoras.

4. Estúdio Fluxo

O Estúdio Fluxo é, para a forma como eu enxergo o mundo e o tipo de problemas que tento entender, o meu canal preferido. Fundado pelo jornalista Bruno Torturra (ex-editor da Revista Trip e um dos fundadores da Midia Ninja) o canal exibe uma serie de entrevistas excelentes na playlist Cortex (não relacionadas com a pandemia), a playlist Tem Alguém em Casa sobre temas específicos da pandemia como as condições sanitárias das periferias ou a situação dos presídios e as lives mais ou menos semanais com o sugestivo título de Boletim do Fim do Mundo onde o Bruno realiza análises interessantíssimas dos temas do momento com um recorte cultural, afetivo e psicológico. O cara é um analista fino e o fato de não ser tão conhecido diz muito sobre este país.

Informação sobre política econômica e mercado financeiro

1. Paulo Gala/ Economia & Finanças

O Paulo Gala é um economista professor da FGV. O canal é muito rico em dicas de livros e os temas são tratados de forma que nós leigos conseguimos entender perfeitamente temas relativamente complexos.

2. Eduardo Moreira (de novo)

3. Revolução Industrial Brasileira

O jornalista Fausto Oliveira e o economista Fernando Ferro resolveram assumir a duríssima missão de apresentar diagnósticos e soluções para os problemas do setor industrial brasileiro (coragem, viu). O canal é super interessante e conta com várias participações do Paulo Gala, o que só eleva o nível da discussão.

Artes de todo tipo

1. Vivieuvi

O canal da Vivian Vilanova é a melhor porta de entrada para o mundo das artes plásticas em língua portuguesa. Tem tanta empatia na voz dela que você pode ficar assistindo esse canal até o fim do ano.

2. Baumgartner Restoration

Primeiro canal em inglês da lista, provavelmente é a coisa mais relaxante que vocês vão ver durante esse stress todo que tá rolando. O Felix Baumgartner é um restaurador de Chicago que teve a brilhante ideia de abrir uma janela para o mundo na oficina onde trabalha sozinho e gravar uns videos no formato ASMR. O trabalho do cara é incrível. Vale muito mesmo se você não entende inglês.

3. Netherlands Bach Society

Canal do grupo baseado em Amsterdã que se dedica a preservação e divulgação da obra de Johann Sebastian Bach.

4. NPR Music

A NPR é uma rádio americana e o que nos interessa aqui é a playlist NPR Music Tiny Desk Concerts onde vocês podem achar artistas muito variados do mundo inteiro (inclusive uns brasileiros que eu nunca tinha ouvido falar) tocando ao vico no escritório da rádio. Muito legal.

5. Le Mellotron

O Le Mellotron é um bar em Paris que transmite ao vivo os Djs que vão tocar lá. A música é espetacular e dá pra ver gente vivendo normalmente, o que pode ser bom.

Acho que é isso por enquanto. Nada de passar o dia no Youtube. Faz uns alongamentos, uns abdominais, vai ler um livro. Lembra de lavar as mãos e respeita o metro e meio.
Vai ser feio mas vai passar.

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Televisão

Serie Expresso Brasil

Nos meus longínquos tempos de vestibulando, acompanhei interessadíssimo uma serie que passava na TV Escola. Não lembro se o nome era o mesmo, mas o conteúdo era. Artistas falando do seu estado natal. Nessa época, acabara de conhecer a obra de Ferreira Gullar e me deliciava vendo-o recitar seus versos e apresentar os cenários que inspiraram e serviram materia à sua poesia. Vi outros episódios também: As Alagoas de Ledo Ivo, O Ceará de Falcão, O Rio Grande do Sul de Jorge Furtado, O São Paulo de Haroldo de Campos. Pouco tempo atrás, vi O Sergipe de DJ Dolores e agora na hora do almoço, O Piauí de Niede Guidon. A riquesa da serie está na escolha dos narradores, cientistas ou escritores com grande conhecimento em suas áreas mas acima de tudo capazes de fazer da sua história o fio condutor de uma síntese sobre as peculiaridades e curiosidades de cada uma das vinte e sete unidades da federação.

Vocês podem ver um aperitivo da serie no youtube

E os episódios completos no site do canal TAL – Televisión America Latina

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Pensar já é um bom começo

Holstee Manifesto

Faz uns dias que conheço esse vídeo muito inspirador e gostaria de ter feito uma tradução dele antes. Por uma serie de motivos isso não foi possível. Hoje, conheci o site ciclovivo e encontrei uma tradução livre (e, infelizmente, anônima). Fiz umas pequenas alterações e lá vai!

Tradução Livre (Ciclovivo com adaptações)

Esta é a sua vida. Faça o que você ama, e faça com frequência.

Se você não gosta de alguma coisa, mude-a. Se você não gosta do seu emprego, peça demissão!

Se você não tem tempo suficiente, pare de assistir televisão.

Se você está procurando o amor da sua vida, pare. Eles estarão esperando por você quando você começar a fazer as coisas que você ama.

Para de analisar demais, a vida é simples. Abra sua mente, braços e coração para novas coisas e pessoas.

Nós estamos unidos por nossas diferenças.

Algumas oportunidades só aparecem uma vez, agarre-as!

Viaje frequentemente. Se perder vai te ajudar a se encontrar.

Todas as emoções são bonitas.

Quando você comer, aprecie cada mordida.

Pergunte qual é a paixão da próxima pessoa que você vir. Divida seu sonho inspirador com elas.

A vida é sobre pessoas que você conhece, e as coisas que você cria com elas. Então, saia de casa e comece a criar.

A vida é curta, viva os seus sonhos e compartilhe suas paixões.

Sobre o vídeo

O filme LifeCycle, feito pela Holstee Manifesto, surgiu como um desejo de trazer a energia e a paixão por trás do Manifesto para a vida através da bicicleta.

À medida que procuramos viver estilos de vida conscientes que deixam um impacto positivo sobre as pessoas e o mundo ao nosso redor,
andar de bicicleta tornou-se uma paixão que é muito mais do que uma alternativa de transporte. É uma maneira de viver plenamente a cidade que amamos e todos os seus detalhes.

Este filme é uma celebração. É uma celebração de reuniões, da diversidade, da vida e da beleza da experiência compartilhada.

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mobilidade urbana mobilização social problemas urbanos e cultura brasileira

A bicicleta e as novas formas de se fazer política

Hoje conheci o Blog do Ricardo Young. As reflexões sobre seu post me levaram à opção de reativar esse espaço. Mas não da forma que eu gostaria: com calma, mais detalhamento e um par ou dois de links. Enfim, as parcas reflexões que jogo pro mundo agora foram suscitadas pelo post do link abaixo e representam mais um fluxo de consciência do que a tentativa de achar a solução de finitiva para os problemas da humanidade. Ou seja, é só um post de blog um tanto apressado sobre a bicicleta e as novas formas de fazer política que a têm acompanhado mundo afora.

Pedalar é uma bela forma de mudar o mundo e caso seja realmente possível generalizar esse comportamento vanguardista para toda uma geração, daqui a vinte anos teremos um país realmente diferente do que temos hoje. Eu, particularmente, penso que, raríssimas exceções, os cabelos brancos deixaram de ser sinônimo de uma experiência capaz de antever acontecimentos e planejar o futuro para ser um dique de contenção para essas novas formas de entender e fazer política.

Aquele mundo simbolizado pelos EUA dos anos 50 não faz mais sentido e mesmo assim continua sendo bandeira de campanha Brasil afora. E muito mais do que uma lista de promessas de campanha, os passadistas detentores do poder terminam por transformar o seu modo de fazer e pensar a política em um caminho de ascensão política para os mais jovens que querem jogar o jogo “custe o que custar”.
Comecei esse post bem otimista e agora já me sinto um tanto confuso quanto às possibilidades de mudança. Mas toda disputa é assim: incerta, angustiante e tentadora.

http://blogdoricardoyoung.blog.terra.com.br/2012/02/23/bikes-jovens-e-um-novo-jeito-de-se-fazer-politica/

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Será o fim da responsabilidade civil?

O Zé Simão ainda está de férias mas as piadas prontas não param de surgir. O Palhaço-mor da República continua com as suas estripulias.

Segue abaixo, notícia do STF na qual pode-se ver a quantas anda o nível de alucinação e descolamento da realidade de algumas decisões do Egrégio Tribunal.

Segundo a decisão da corte, só haveria dolo se a pessoa tivesse bebido com a intenção de matar!!!!! Ora, quer dizer que, no meu entender, o STF está assumindo que todos os brasileiros são incapazes segundo o Código Civil “os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática” dos atos da vida civil.

No exemplo acima, ou seja, beber e matar por atropelamento, o fato de o motorista não ter bebido como parte de um plano para matar faz dele um incapaz de ser responsabilizado por assumir o risco de matar, mesmo com todas as campanhas, conhecidas de todas as pessoas, alertando sobre os riscos de se dirigir embriagado.

É uma decisão absurda que na prática dá salvo conduto a todos os idiotas que misturam bebida e direção para sairem matando por aí. Será o fim da responsabilidade civil?

O mais novo Ministro, Liuz Fux, afirmou em seu voto que “a embriaguez que conduz à responsabilização a título doloso refere-se àquela em que a pessoa tem como objetivo se encorajar e praticar o ilícito ou assumir o risco de produzi-lo.”

Será que este motorista seria condenado pelo Ministro Luiz Fux?

Como não tenho formação jurídica, fica difícil mensurar o impacto de uma pronuncia dessas pelo STF, mas como ciclista fica cristalino que pedalar ou andar a pé nesse fantástico mundo do STF é cada vez mais complicado.

Há uma página no Facebook dedicada ao Sr Ministro Vossa Excelência Luiz Fux Você também pode deixar sua opinião sobre a decisão no twitter do tribunal @STF_oficial

Segue a notícia

“A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu, na tarde de hoje (6), Habeas Corpus (HC 107801) a L.M.A., motorista que, ao dirigir em estado de embriaguez, teria causado a morte de vítima em acidente de trânsito. A decisão da Turma desclassificou a conduta imputada ao acusado de homicídio doloso (com intenção de matar) para homicídio culposo (sem intenção de matar) na direção de veículo, por entender que a responsabilização a título “doloso” pressupõe que a pessoa tenha se embriagado com o intuito de praticar o crime.

O julgamento do HC, de relatoria da ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, foi retomado hoje com o voto-vista do ministro Luiz Fux, que, divergindo da relatora, foi acompanhado pelos demais ministros, no sentido de conceder a ordem. A Turma determinou a remessa dos autos à Vara Criminal da Comarca de Guariba (SP), uma vez que, devido à classificação original do crime [homicídio doloso], L.M.A havia sido pronunciado para julgamento pelo Tribunal do Júri daquela localidade.

A defesa alegava ser inequívoco que o homicídio perpetrado na direção de veículo automotor, em decorrência unicamente da embriaguez, configura crime culposo. Para os advogados, “o fato de o condutor estar sob o efeito de álcool ou de substância análoga não autoriza o reconhecimento do dolo, nem mesmo o eventual, mas, na verdade, a responsabilização deste se dará a título de culpa”.

Sustentava ainda a defesa que o acusado “não anuiu com o risco de ocorrência do resultado morte e nem o aceitou, não havendo que se falar em dolo eventual, mas, em última análise, imprudência ao conduzir seu veículo em suposto estado de embriaguez, agindo, assim, com culpa consciente”.

Ao expor seu voto-vista, o ministro Fux afirmou que “o homicídio na forma culposa na direção de veículo automotor prevalece se a capitulação atribuída ao fato como homicídio doloso decorre de mera presunção perante a embriaguez alcoólica eventual”. Conforme o entendimento do ministro, a embriaguez que conduz à responsabilização a título doloso refere-se àquela em que a pessoa tem como objetivo se encorajar e praticar o ilícito ou assumir o risco de produzi-lo.

O ministro Luiz Fux afirmou que, tanto na decisão de primeiro grau quanto no acórdão da Corte paulista, não ficou demonstrado que o acusado teria ingerido bebidas alcoólicas com o objetivo de produzir o resultado morte. O ministro frisou, ainda, que a análise do caso não se confunde com o revolvimento de conjunto fático-probatório, mas sim de dar aos fatos apresentados uma qualificação jurídica diferente. Desse modo, ele votou pela concessão da ordem para desclassificar a conduta imputada ao acusado para homicídio culposo na direção de veiculo automotor, previsto no artigo 302 da Lei 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro).

Leia no site do STF

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Violencia contra ciclistas

Bárbara Gancia e a falta de humanidade

“Folha de São Paulo

Suzana Singer – ombusdman
24 de Agosto de 2010
Bárbara Gancia e a falta de humanidade

Menina, que coisa estes artigos da Bárbara Gancia! Eu não me meti porque o que me afetou pesado foi a forma como ela se referiu aos companheiros de Renata, que a meu ver foi o único ponto que caberia resposta e uma provável ação na justiça. Se Renata não o fez, pelo menos não que eu saiba, não sei mais o que se pode publicar na imprensa. Seria um comentário pesadíssimo feito pessoalmente e, a meu ver, impensável de se publicar num dos mais importantes jornais do país, mesmo que de fato fossem repugnantes. Depõe contra o jornal, contra o próprio redator, que sai desta como pessoa menor. Conheço a quem Bárbara se refere e o comentário é de uma baixeza sem tamanho. Não falo sobre injustiça porque creio que é praticamente inexistente no Brasil, injustiça moral e legal. Um dos citados inclusive é ou foi fotografo da própria Folha, pai da Tati, filha de Renata; aliás amado pai, querida presença para todos. Os outros são pessoas de boa conversa, inteligentes, divertidos, educados, expoentes dentro de seus meios. Sente um pouco com o balonista (meu caro, desculpe, como sempre não me lembro de nomes), gente finíssima, exemplar, querido por todos. Sobre o que Bárbara escreve? Beleza? Desculpe, mas não dá para ir por ai, não mesmo! Não dá para publicar uma coisa destas. Deprimente, realmente deprimente, deprimente geral. É um dos maiores absurdos a coisa ficar por isto mesmo. Não sei como correu ai por dentro da Folha, mas Bárbara deveria minimamente uma retratação pública, que parece que não o fez e não é mais hora. O fato mostra muito do que nos transformamos como povo. Estamos há muito na época do “Foda-se o respeito pelo outro, eu quero o meu”. Deprimente. Tomaram as dores da bicicleta, da Renata e de outros fatos ligados a vida individual dos que protestaram, urraram, xingaram, mas e o respeito humano, como fica? O texto todo “Cicloativíssima” é um pouco “over”, mas é compreensível e até bom depois de uma segunda lida com mais calma. Agora, chamar alguém de repugnante num jornal como a Folha extrapola muito, principalmente levando em conta que tudo leva a crer que Bárbara conhece os implicados. Lembra o apedrejamento da iraniana. Aliás, lembra muito. De parte da autora e de parte do silêncio de todos leitores.”

Lido aqui

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Exemplos que merecem destaque mobilidade urbana problemas urbanos e cultura brasileira

Jaime Lerner: repensando a cidade com criatividade

O arquiteto e ex-prefeito de Curitiba  fala sobre a experiência urbanística que virou referência mundial de sustentabilidade.

Assista a palestra aqui.

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macro-estrutura

Alguns números sobre o nosso planeta

http://www.poodwaddle.com/clocks3.htm

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consumo

Publicidade e desonestidade semântica

O post anterior tratou um pouco da desonestidade semântica da publicidade na propaganda de automóveis. A Anabananasplit, lá de Portugal, também trata desse tema e nos proporciona belos espécimes desse verdadeiro circo de horrores que é a publicidade automotiva em sua página no flickr. Vale a pena conferir aqui.

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Imaginário do automóvel

Todo o problema está na forma como enxergamos o mundo

Essa semana foi muito corrida e atribulada para mim, por isso os últimos posts, que deveriam servir de base para uma reflexão ficaram tão soltos. No fim de semana eu escrevo mais. O que fica, ao fim e ao cabo, é que o problema está em nossa cabeça, mas não na cabeça de cada um apenas. O problema está no projeto coletivo que cada um encara como o seu próprio caminho para a realização pessoal. Ou seja:a>

A ilustração é do Cartunista argentino Liniers